sábado, 23 de fevereiro de 2013

Liberais/libertários e seus vazios existenciais.

A visita de Yoani Sanchéz ao Brasil - a farsante que se passa por opositora do Regime Castrista- gerou a manifestação de correntes políticas supostamente antagônicas, que são o Marxismo e o Liberalismo/Libertarianismo a respeito de Cuba. Disse que as feições políticas não são antagônicas, haja vista que nasceram e se desenvolveram dentro de uma visão de mundo e sociedade meramente materialista e carregada de ranços antiteístas. Mas isso são outros quinhentos. Também não vou me ater a discorrer sobre a opinião dos comunistas brasileiros a respeito da mulher em questão pois os mesmos ardem e babam de ódio por ela. Com efeito, restringir-me-ei a falar da visão liberal/libertária sobre a ilha caribenha dos irmãos Castro.

Como sempre, a crítica liberal/libertária ao Regime Castrista é elaborada dentro da velha cantinela econômica e politicamente correta: pobreza, fome, déficit habitacional, falta de " liberdades individuais " , intervencionismo estatal, planificação etc. Não que em si tais ataques não sejam verdadeiros e de grande valia até certo ponto porém a oposição meramente nesse campo é periférica e só mostra o quão são rasos os liberais/libertários no que tange uma visão mais holística da opressão marxista , haja vista que o maior crime cometido pelo Comunismo em Cuba foi a ampla perseguição e marginalização das religiões cristãs- principalmente a Igreja Romana ( mesmo os jesuítas sendo pilares intelectuais da Revolução Socialista de 1959, nada disso foi evitado pois a organização religiosa em foco é um projeto de auto demolição do próprio Catolicismo )- , ou seja, o rebaixamento do patrimônio espiritual cubano aos níveis mais moribundos. Esse, sim, ainda é o maios crime da Oligarquia Vermelha. E poucas são as críticas feitas pela Direita Liberal/Libertária a essas questões. E isso não ocorre por acaso, tendo em vista que para o grupo em questão religião e patrimônio espiritual cristãos ( principalmente católicos ) são vistos como " ressentimento " ou " glamourização da pobreza ". Quem ler Socialism de Ludwig Von Mises, um dos pseudoprofetas  da Escola Austríaca, se certificará disso. Por maximizar a questão econômica e minimizar as questões envolvendo a religião, que a crítica liberal/libertária ao país em questão é limitada e repleta de erros morais e estratégicos.

Em termos morais, quem coloca questões meramente de mercado acima de valores éticos e espirituais se mostra claramente infectado pela mentalidade burguesa e muito pouco preocupado com questões transcendentais. Isso os liberais/libertários fazem muito bem. Nesse sentido, seus discursos serão repletos de relativismo moral e ausente de horizontes políticos residentes numa certa aura de romantismo, heroísmo e sacrifício. Ou seja, o Liberalismo/Libertarianismo não empolga e é extremamente acomodado pois se preocupa apenas com coisas ordinárias. Mesmo que saiam às ruas para protestar contra isso ou aquilo, nesse especificamente o alvo é Cuba, suas ressonâncias na sociedade sempre serão limitadas.

Em termos estratégicos, a crítica feita unicamente às mazelas sociais e intervencionismo estatal cubanos só fomentam aquilo que os comunistas mais querem: culpar os Estados Unidos por tais situações. Nesse sentido, as esquerdas podem perfeitamente alegar, mesmo sendo farsa, que a pobreza e a  forte ingerência estatal na vida dos cubanos são oriundas do famoso embargo econômico imposto por Washington ( mesmo sabendo que na prática ele nunca existiu pois muitos países da América continuaram a ter relações comerciais com Cuba da década de 1960 aos dias atuais, além de poderosas empresas sediadas nos Estados Unidos ).Por outro lado,   uma crítica tocando a censura contra a Igreja Católica e demais religiões existentes em Cuba, somada às proibições ou limitações de comemorações natalinas e pascais,  procissões e pregações em público, seria muito mais pertinente pois colocaria Fidel Castro numa sinuca de bico e o mesmo não poderia acusar que tais expedientes são frutos de uma suposta Contra-Revolução dirigida por Washington. Sem contar, queira ou não, que a atmosfera coletiva do brasileiro é muito mais sensível às restrições contra a religião e seus símbolos, pelo menos quando feitas da maneira acima relatada, que a salários baixos, baixa renda per capita, intervencionismo estatal, planificação econômica etc. Nesse sentido, a crítica liberal/libertária mostra-se apequenada e sem ressonância social mais ampla exceto para aqueles que seguem em si sua confusa e contraditória lógica interna.

Enfim, as críticas liberais/libertárias ao Regime Cubano ajudam, mesmo indiretamente, o mesmo a alargar suas mentiras e fomentar sua credibilidade perante um mundo cada vez mais recheado de antiamericanismo ( com uma certa dose de razão em algum aspecto ). Não sabe o Liberalismo/Libertarianismo que o Comunismo sempre tentará tirar proveito de toda e qualquer situação política em que esteja envolvido. Sendo assim, resta fazer um ataque ao ponto em que a doutrina de Marx menos é aceita pela população como um todo: o repúdio às questões espirituais. Pena que o mundo é carente de pessoas com a visão de um Pio XI, de um Pio XII, de um Francisco Franco etc. Em vez disso, infelizmente, está repleto de burguesinhos de cabelo gomalinado detentores de visões estreitas de mundo, que não vão além de suas cédulas de dólar. 



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