quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Stalinismo: farsa que congrega ortodoxos e o infame grupo Pussy Riot.

A imagem abaixo mostra uma integrante do  Pussy Riot ( grupelho que adora escandalizar religiosos mundo afora com dancinhas obscenas e sensualóides ) estampando em uma camisa um velho slogan dos comunistas stalinistas durante a Guerra Civil Espanhola : " ! No Passáran ! " . O que se pode concluir de tal situação?
Em primeiro plano, pode se observar que o Pussy Riot tem uma clara mentalidade anticlerical e anticristã, haja vista que não é à toa que evoca uma jargão usado há mais de 70 anos em um contexto histórico-político bem específico. Dessa forma, deixa bem claro quais são seus horizontes ideológicos face a questão religiosa em geral.
Por outro lado, o uso da expressão " ! No Passáran ! " mostra que o Pussy Riot tem uma determinada visão anticlerical baseada nos cacoetes mentais, linguagens, símbolos e práxis revolucionárias do Stalinismo. Era o Partido Comunista Espanhol que fazia uso de tal expressão em seus comícios e meios de comunicação ( jornais, rádios ) durante a Guerra Civil Espanhola, visando unicamente atacar a Igreja Católica, tida como principal obstáculo aos seus anseios revolucionários e homicidas e base intelectual e moral do Nacionalismo Franquista. O saldo de violência e mortes contra os católicos causado pelas hordas leais a Moscou durante o conflito em questão é assombroso ( sendo superado apenas pelos anarquistas ) , sendo que o próprio marxista Pierre Broué, em Revolução e Guerra Civil na Espanha, chega a afirmar que tais expedientes foram desnecessários. 
Além disso, apresentar o caráter anticristão e antirreligioso de Stálin e seus comparsas causa um certo transtorno no atual cenário político da Rússia pois  adeptos de Putin e eurasianos de plantão ( seguidores de Alexander Dugin ) - inclusos membros da Igreja Ortodoxa-  afirmam que o porco alcoólatra da Geórgia era defensor do patrimônio espiritual do povo soviético ou diabo que o valha. Porém a expressão acima citada nos remete a uma determinada situação histórica- a Guerra Civil Espanhola -que apresenta o caráter anticristão do Stalinismo. E só atesta que essa vertente do Marxismo era um inimiga crassa das religiões, tolerando  a Igreja Ortodoxa unicamente com  finalidade de não buscar  atrito com a religião majoritária da então União Soviética. Sendo assim, tornou-se mais útil  aos bolcheviques ateus o aparelhamento da religião em questão e alinhamento dos discursos desta com as metas do regime, logicamente calcado em uma linguagem bífida e total  descaracterização do discurso evangélico em prol de uma pregação que valorizasse apenas aspectos sociais que viessem a favorecer a concepção estatal reinante. 
Dessa maneira, é bastante curioso ver que os " defensores da moral e dos bons costumes "  da Igreja Ortodoxa ( eurasianos, tradicionalistas ortodoxos e neossocialistas )  possuem alguma consciência histórica em comum com a galera do Pussy Riot: uma afeição pelo legado stalinista, independente se usado para combater a religião ou instrumentalizar a mesma em prol de fins políticos escusos e materialistas. 

Russia Punks vs Putin

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